As altas temperaturas vem castigando muita gente não só nas ruas, mas também em ambientes fechados, que necessitam do ar condicionado. Antes considerado artigo de luxo, agora o aparelho é uma necessidade e item obrigatório em muitas cidades brasileiras, como por exemplo, o Rio de Janeiro. Em dias mais quentes, a sensação térmica na cidade maravilhosa chega perto dos 50°C.
O que causa conforto em casa, no escritório ou no carro, também pode ser um dos responsáveis por doenças respiratórias nessa época.
Sem uma boa limpeza, ele se torna um importante transmissor de alguns males. “As paredes dos tubos do ar condicionado parecem cavernas com alta concentração de ácaros, bactérias, fungos, vírus e transmissores de doenças. A falta de cuidados de limpeza pode acarretar ou mesmo agravar doenças pré-existentes como conjuntivites, problemas respiratórios como bronquite e rinite, e uma série de outras reações alérgicas”, explica o médico Rui Bocchino Macedo. Uma delas é a bronquite asmática batizada pelos especialistas de “asma do ar condicionado”.
Ao contrário do que muita gente imagina, a relação do ar condicionado com doenças respiratórias não acontece pelo simples fato de baixar a temperatura do ambiente. “O ar quente exerce o mesmo efeito. O problema é que o ar condicionado desidrata o ar e resseca o muco protetor que reveste as mucosas das vias aéreas. O ressecamento destrói anticorpos e enzimas que atacam germes invasores, predispondo as pessoas às infecções”, esclarece.
Uma forma de reduzir o ressecamento é colocar uma bacia com água dentro do cômodo em que o ar condicionado permanece ligado. No mercado já exitem umidificadores mecânicos bastante eficientes. Durante o dia, outra medida simples é pingar soro fisiológico no nariz, assim você ajuda a tornar o muco respiratório mais fluido e permite que o ar respirado seja filtrado de maneira mais eficaz.
Se os filtros não estiverem limpos, nem o próprio espaço interno que permanece fechado, os riscos são ainda maiores. Dessa forma é importante manter a limpeza de carpetes, estofados, equipamentos como impressoras e até paredes pintadas recentemente – elas são responsáveis por liberar substâncias nocivas que ficarão circulando e serão aspiradas, prejudicando o organismo.
No caso de locais em que o ar condicionado é ligado por muito tempo, o especialista indica abrir as janelas em algum momento do dia para que o ar circule. E fazer a manutenção do filtros uma vez por mês. Para isso basta retirar o filtro e lavar com água corrente. Em locais com muita exposição à poeira, a higienização deve ser feita quinzenalmente.
“Não se esqueça de mandar o aparelho para manutenção pelo menos uma vez por ano. Geralmente não sabemos fazer a limpeza da parte interna, por isso contrate um serviço especializado. Em cidades litorâneas, o cuidado deve ser redobrado. Devido à maresia, o processo de corrosão do aparelho pode ser acelerado”, diz.
No caso do ar condicionado do carro, o importante é observar a pressão do gás a cada 20 mil quilômetros rodados. Durante o dia-a-dia abra um pouco as janelas para a troca de ar. E no caso de o equipamento ficar mais de um mês sem ser ligado, deixe-o funcionando por alguns minutos com o carro vazio e aberto, isso ajuda a eliminar a poeira retida nas engrenagens, repleta de fungos e bactérias.
Por Juliana Lopes